Letras

Disco “Mon Cher”

Cântico para sua Sorte

Olhe o calendário, quanto tempo se passou?
Já que as coisas não como antes, se encaixam a mais serena solidão,
Olhe ao seu redor e sinta quanto tempo que eu já não estou,
Ouça se há risos em seus livros, sinta se há calor em seus lençóis.

Diz-se frágil o que divide o bem do mal,
A beleza austera, a beleza fera e o rito gutural.

Mas saiba que há coisas para acontecer, enquanto o vento sopra lá fora vem,
Alimentar a nossa vida inodora.
Saiba que há coisas para acontecer, enquanto há vidas que rastejam sem amor.
E salpicar de luz a nossa vida incolor.
E quem não vem ao Pai senão por mim, em minha casa é salteador.
E quem vai te dizer algo que valha em sua guerra de intrigas fúteis.

Olhe o arrebol, e sinta o que o desfaz em um instante,
Saiba que aqui o que não é chão é mar, até onde vai o seu quebrante?
Olhando de onde chegamos,tudo nos cerca como reação em cadeia,
Tetos de concreto contendo as estrelas, nosso amor é um jogo de guerra e sinais.

Me pergunto o que sua falta de fé traz.
E o que há de novo nessa febre que não cai.

Te prometo e cumpro a última canção,
Você insiste em ter para existir e eu insisto em um depois de amanhã,
Você sabe o quão difícil é acreditar, em tudo eu você sustenta forte,
Vai um cântico pra sua sorte…pra sua sorte.

Mas saiba que há coisas para acontecer, enquanto o vento sopra lá fora vem,
Alimentar a nossa vida inodora.
Saiba que há coisas para acontecer, enquanto há vidas que rastejam sem amor.
E salpicar de luz a nossa vida incolor.
E quem não vem ao Pai senão por mim, em minha casa é salteador.
E quem vai te dizer algo que valha, quem vai lhe dizer algo que valha…..

Diga Sim
Eu não sei, eu não sei. Meu bem! Mas concordo contigo
Que carinho e proteção é tudo que eu não preciso
Mas não vá me dizer meu bem, para eu cuidar dos meus sonhos
Por que eu tenho tanto, tanto, tanto, tanto medo
Você diz para eu enfrentar, mas eu sei que faz parte de mim
É um medo de tudo e de todos, é um medo até do que é bom
Ainda tem esse eu e você, que eu não sei mais quem veio primeiro
Se é amor comum de céu e mar ou se é pó de amor inteiro

Refrão

Se for assim diga sim meu bem, e eu esqueço de tudo
Assim perco esse pavor de tatear no escuro
Por que eu te peço por mim meu bem, deixa eu entrar no seu mundo
Mas se for para ir embora eu vou agora, mas com tudo que é seu

Música para toda gente
Música pra toda gente do tipo displicente de se imaginar
Inundou a minha casa de repente um tipo assim sem par ou escolta
Quando eu toco e você não entende e diz que é hermético demais
Eu te envolvo em uma nuvem de semente e uma energia bate e volta
Música pra toda mente de um tipo incongruente de se decifrar
Eu embalo o bamboleio da serpente vontade de viver a solta
Quando eu toco e você sente e arranco um suspiro da boca vulgar
Eu te envolvo nessa nuvem de entrementes e a boca de mil dentes cala
Música, música…
Música pra toda gente de um tipo displicente de se decifrar
Música, música…
Música pra toda gente de um tipo displicente de se decifrar

O invencível
Quem me dera poder ser, um invencível no amor e só colher valor de todos que me julgam mal
Quem me dera a vida fosse um lugar bom de se estar, e nada fosse dor,nada fosse desigual
Mas que nem uma palavra minha, seja um lamento, mas seja sim bom vento tentando lhes dizer

Que não é preciso você ver, pra você me achar em lugar algum
Mas foi preciso me perder, pra você vir me procurar em lugar algum
Mas, leve é minha alma agora

Hoje eu vim me desculpar pois eu te ouvi chorar, eu plantei tanta dor e deixei tudo por fazer
Mas esse amor que você chora é o que sobrou de mim, silencioso assim como o dia em que parti
Mas a noite ainda tem a minha urgência, a minha confidência na madrugada nua.
Pois não é preciso você ver, pra você me achar em lugar algum
Mas foi preciso me perder, pra você vir me procurar em lugar algum
Mas, leve é minha alma agora, leve é a mão de Deus em mim
Leve é o sono que me levou de ti
Mas leve é minha alma agora, leve é a mão de Deus em mim.

Vamos terminar

Meu bem eu sei que há tempos dividimos pensamentos de que há alguma coisa inacabada
Que não há sintonia entre as nossas diferenças, como antes já não há nada
Você não se importa em entender a minha vida sem lirismo, o que me deixa tão consternado
E eu não me arrisco a entender a sua vida de caprichos sistematizados

Vamos terminar, sei lá, já não há tempo que pague o tempo que perdemos
Vamos terminar, sei lá, quero me livrar das coisas tão difíceis de explicar

Nos conhecemos tanto , que não há nenhum encanto ou surpreso que nos deixe satisfeitos
A chama que ardia tão intensa outro dia , já não tem motivos pra manter-se acesa
E troco um programa a dois, por uma farra entre amigos, um lual na praia
E no outro dia os lábios previsíveis não me dizem nada, nada que eu já não saiba

Refrão

Ligo o rádio no meu quarto, quando estou cansado, pois não sei se vai dar samba
Giro a chave no meu carro, se estou atrasado, mas não sei se vai dar samba
E a luz da lua, coisas mudas, criaturas moldam, pois não sei se vai dar samba
Se desejo não vejo em teus lábios busco outros lábios, pois não sei se vai dar samba

Refrão